Brasileiros acreditam que é possível proteger a floresta e desenvolver

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com isto. Caso tenha alguma dúvida, consulte nossa Política de Privacidade.

Prosseguir

novembro 05, 2020

Brasileiros acreditam que é possível proteger a floresta e desenvolver a Amazônia

A Amazônia no contexto internacional foi apresentada neste segundo dia de Amazônia+21. Participaram da discussão o embaixador Rubens Barbosa, que exerceu as funções nas embaixadas de Londres e Washington, Carlos Lazary da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), e o professor do Yale Institute, Thomas Lovejoy. O painel foi  mediado por Carlos Abijaoadi, da Confederação Nacional da Indústria. A Amazônia é um foco de debate no Brasil e no exterior, e tem papel geopolítico e estratégico para o estado brasileiro. Pesquisa recente da CNI mostra que 77% dos brasileiros se preocupam com a floresta e 95% acreditam que é possível proteger o meio ambiente e desenvolver a região amazônica.

Lazari explicou que a OTCA é responsável pelos tratados e o desenvolvimento harmônico baseado no conceito de desenvolvimento sustentável, que consagra o respeito absoluto da soberania. O bioma amazônico é um só. E dele se exige uma só linguagem, de convergência e harmonização diante de uma agenda positiva, no sentido de fortalecer as instituições internacionais nos seus quadros para que as políticas se transformem em atividades permanentes.

Ele apresentou alguns projetos desenvolvidos pela entidade na área de biodiversidade, que tem o propósito de implementar ações de programas de biodiversidade. Outro projeto é a formação da rede hidrológica da Amazônia, para criar uma rede de estações de medições de monitoramento da água. O terceiro projeto tem por objetivo montar sistemas nacionais de informação e controle de animais silvestres, que permitirá um trabalho de combate ao comércio ilegal de espécies animais ameaçadas em extinção.

Amazônia é o centro das atenções

Rubens Barbosa respondeu ao questionamento de como conciliar as preocupações do meio ambiente, atração de investimento e inovação. A Amazônia é o centro das atenções quando se fala de política no Brasil, diz. “O fato de que a política ambiental é global, tem a ver a percepção externa do Brasil frente ao restante do mundo”. A reconstrução da Europa tem a ver com a agenda ambiental, assim como nos Estados Unidos, caso se confirme a eleição de Joe Biden”, ressaltou.

O Brasil volta a ser foco de preocupações no exterior, porque alterações no clima passaram a ser uma preocupação global. O Brasil teve uma participação importante nas questões de preservação desde a Rio 92, mas diante das novas políticas e ideias ambientais, o país perdeu credibilidade junto às demais nações. “É necessário mudar a política brasileira nas questões de preservação para atrair novos investimentos. Na década de 80, a sanção era apenas política. Agora existe o apelo do consumidor, e também na mudança dos acordos comerciais, com ideias mais sustentáveis”, destacou.

A reativação do Conselho da Amazônia foi um marco positivo nesta agenda. “É importante ter presente este fato, pois o Brasil precisa apresentar resultados das novas políticas ambientais, para assim recuperar nossa credibilidade junto ao mercado exterior e deixar de sofrer sanções internacionais”, falou.

O professor Lovejoy apresentou uma experiência científica de como a Amazônia funciona e como ela está ligada ao clima mundial. A umidade que vem da Amazônia se recicla em 5 ou 6 vezes e cria o sistema de rios da região. “O desmatamento pode causar um ciclo degradado, que resulta na diminuição de chuvas para a região”, disse.

População deve se engajar

O estudo aponta que o aumento de queimadas e desmatamentos resulta numa sinergia negativa. Com isso, há mudanças nas espécies, há perda de carbono e alteração nos ciclos hidrológicos.

Ele defende ideias para toda que a população da região se engaje na preservação e conservação do meio ambiente, observando os recursos biológicos da Amazônia como fontes de riqueza. “Como por exemplo, aumentar a produção do pirarucu e tambaqui, que poderão ser conhecidos mundialmente, como o salmão e o bacalhau”, ponderou.

Sobre diferenças e convergências para preservação ambiental no Brasil e EUA sob a ótica público e privada, Lovejoy enfatizou que é necessário um maior engajamento entre cientistas para explorar a biodiversidade do seu país e fazer de uma forma que não seja somente catalogar, e sim compreender o papel de cada um na floresta.

O embaixador Rubens Barbosa disse que a Amazônia está no debate político e nas preocupações e ações dos governos e do setor privado. “Isso é positivo, pois agora pode sair do discurso, “Vamos mudar de posição, pois essa preocupação interessa ao Brasil e ao setor internacional”.

O embaixador Lazzari complementou o raciocínio de Barbosa enfatizando que que a dimensão regional é fundamental para diluir as percepções negativas e mostrar o que se faz regionalmente na esteira da preservação ambiental.

Amazônia + 21

O Fórum Amazônia + 21 é uma iniciativa para mapear perspectivas e buscar soluções para temas relacionados ao desenvolvimento da região e melhoria da qualidade de vida dos mais de 20 milhões de cidadãos que vivem na Amazônia Legal. O programa é uma realização da FIERO, Prefeitura de Porto Velho, através da ADPVH, com correalização da CNI e Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Os debates sobre os desafios e as soluções para a Amazônia acontecem a partir de quatro eixos temáticos: negócios sustentáveis, cultura, financiamento dos programas e ciência, tecnologia e inovação. Para participar, inscreva-se gratuitamente no site amazonia21.org. O evento conta com tradução simultânea em inglês e espanhol e acontece até o dia 6 de novembro. Todas as palestras ficam gravadas no canal do Youtube da CNI, e a cobertura completa de todos os debates pode ser acompanhada na página do Amazônia+21.

Newsletter

Cadastre-se para receber notícias sobre o AMAZÔNIA+21!

Realização


Correalização


Open chat