Temos que mudar a narrativa do desenvolvimento, diz pesquisador

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novembro 25, 2019

Temos que mudar a narrativa do desenvolvimento, diz brasileiro autor de estudo sobre extinção

É preciso reescrever a narrativa segundo a qual degradação ambiental e desigualdade social são produtos lamentáveis, porém inevitáveis do crescimento econômico.

A opinião é do professor brasileiro Eduardo Brondízio, um dos coordenadores do amplo estudo da ONU que mostrou, entre outras coisas, que cerca de 1 milhão dos 8 milhões de espécies animais e vegetais repertoriadas na Terra estão ameaçadas de extinção – em alguns casos, o desaparecimento seria uma questão de décadas.

Segundo o pesquisador, que se divide entre o departamento de antropologia da Universidade de Indiana (EUA) e Núcleo de Estudos Ambientais da Unicamp, os ideais de desenvolvimento e de qualidade de vida precisam levar mais em conta os benefícios oferecidos pela natureza.”

“Temos que ser realistas. Há muito interesse econômico envolvido nessa [area, e por isso, se vê uma calcificação de certos modelos mentais”, afirma Brondízio, que destaca a participação de sete pesquisadores brasileiros (de origens como USP, PUC-Rio e Instituto Chico Mender de Conservação da Biodiversidade) na elaboração do relatório.

“Mas é possível mudar. As redes sociais oferecem a possibilidade de mobilizar rapidamente e de normalizar outros comporamentos.

Para o professor, confrontadas com evidências incontestáveis, as pessoas estão começando a se sentir impelidas a agir. “Temos o conhecimento, a tecnologia, o método. O desafio é [fazer com] que a eles se juntem vontade e conscientização.”

Nesse sentido, diz Brondízio, é imperativo buscar o know-how de populações indígenas, que detêm ou ocupam 25% das terras totais e 35% das tidas como pouco afetadas pela intervenção humana.

“Muitas manejam grandes bacias hidrográficas e ecossistemas, com implicações em pontos muito distantes daqueles onde vivem. Contribuem para a qualidade da água e para a diversidade de habitats, lideram o esforço por reflorestamento e monitoram atividades ilegais”, explica o pesquisador.

“Estamos em um momento crítico, não só não reconhecendo populações indígenas como, em alguns casos, condenando seu modo de vida. Esquecemos o potencial do conhecimento local.”

Ele dá como exemplo a lucrativa indústria do açaí na Amazônia, “que saiu do conhecimento de pequenos produtores sobre manejo florestal e virou uma floresta produtiva que gera bilhões”.

O problema aqui, sublinha Brondízio, é que a agregação de valor ao produto não ocorre em benefício das populações da região, pois se dá a milhares de quilômetros de distância de lá. “Temos que mudar isso, para gerar riqueza e emprego nesta e em outras regiões pobres.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/05/temos-que-mudar-narrativa-do-desenvolvimento-diz-brasileiro-que-coordenou-estudo-da-onu.shtml

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