Um dos maiores especialistas em inovação do mundo, Soumitra Dutta apresentou nesta quarta-feira (4) o painel “Inovação e Aceleração Digital para um Mundo Pós-Covid”. Direto de Nova York, ele falou dos desafios do Brasil e do mundo para enfrentar o cenário que estamos vivendo. “Temos de fazer escolhas. Não se pode ser líder em tudo. Focar nas escolhas, que naturalmente são biotecnologia e sustentabilidade. A possível vitória de Biden nos EUA vai mudar a forma de ver este tema”, apontou.
A apresentação foi mediada pela Diretora de Inovação da CNI e coordenadora executiva da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), Gianna Sagazio.
Soumitra abordou as mudanças que a crise sanitária e econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou no mundo e reforçou que os pilares da educação, tecnologia e investimentos privados são importantes para superar o momento. Ele fez um paralelo com a atual conjuntura e a crise de 2008, quando o mundo também precisou se reinventar diante de uma defasagem econômica contundente.
Para o pesquisador indiano, a inovação é um eixo fundamental para o desenvolvimento e deve ser apoiada pelas políticas públicas e privadas. “Evidentemente neste momento o poder público está voltando para assistência da população, então cabe às empresas privadas investirem na inovação para transformação”, afirmou.
Experiência e resultado
Transformar crise em oportunidade é um panorama que Sumitra está acostumado a acompanhar. Ele é professor de administração na SC Johnson College of Business, Universidade de Cornell (Nova York), e presidente do conselho de administração da Global Business School Network (Washington DC).
Autoridade em inovação na economia do conhecimento, é co-editor e autor do Global Information Technology Report. Faz parte do conselho da Sodexo e da Dassault Systemes e é membro do Conselho de Acionistas da ZS Associates (uma empresa global de gestão); foi vice-presidente e presidente da AACSB International, o principal organismo de acreditação para escolas de negócios em todo o mundo; além de ser membro do Círculo de Davos e co-fundador de duas empresas, incluindo a Fisheye Analytics.
Dutta é ex-reitor da Escola de Negócios da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e responsável por desenvolver, desde 2007, o Índice Global de Inovação – um dos principais indicadores para comparar o grau do progresso científico e tecnológico entre países.
Foco no meio ambiente
E como especialista em inovação, ele afirma: “o meio ambiente vai ser o foco da inovação nos próximos anos”. E exemplifica com a tecnologia utilizada em países como Finlândia, Singapura e Israel, que romperam com paradigmas e se tornaram referência em plantações digitais.
Para o pesquisador, a Amazônia pode (e deve) fazer o mesmo, mas depende de políticas públicas e – no momento – principalmente privadas para se desenvolver ainda mas. “A Amazônia tem o poder de realizar algo incrível de várias formas. Pode ser a casa das plantações digitais e de outros tipos de digitalização do bioma. Mas para isso, as empresas privadas devem dar um passo a frente”, ressalta.
Mais sobre o tema será discutido ao longo do Fórum Mundial Amazônia +21 nos diversos painéis que acontecem até o dia 6 de novembro. O evento está sendo transmitido pelo site amazonia21.org e pelos canais – Facebook e YouTube – da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A participação é gratuita.
Sobre o Amazônia+21
O Fórum Amazônia + 21 é uma iniciativa para mapear perspectivas e buscar soluções para temas relacionados ao desenvolvimento da região e melhoria da qualidade de vida dos mais de 20 milhões de cidadãos que vivem na Amazônia Legal. O programa é uma realização da FIERO, Prefeitura de Porto Velho, através da ADPVH, com correalização da CNI e Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
Os debates sobre os desafios e as soluções para a Amazônia acontecem a partir de quatro eixos temáticos: negócios sustentáveis, cultura, financiamento dos programas e ciência, tecnologia e inovação. Para participar, inscreva-se gratuitamente no site amazonia21.org. O evento conta com tradução simultânea em inglês e espanhol.