Mediados pelo gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI-Departamento Nacional, Marcelo Prim, a pesquisadora e executiva brasileira Márcia Fournier e o consultor Ismael Nobre debateram negócios dentro tema “Futuro de possibilidades – Sistemas inovativos locais”, primeiro painel desta quinta-feira, 5, segundo dia do Fórum Mundial Amazônia+21, evento cem por cento online.
Para Marcelo Prim, as inovações tecnológicas precisam ser utilizadas para melhorar e acelerar os negócios. Ele citou ainda a capacidade de aplicar o conhecimento para questões típicas da Amazônia e as necessidade de incentivos e recursos para o aceleramento de negócios sustentáveis na região.
Ismael Nobre falou do Amazônia.4.0, um projeto focado nas inovações locais. Nobre destaca que a iniciativa constitui novo paradigma de desenvolvimento sustentável para os povos da Amazônia. Dividido em três eixos, o projeto apresenta novos raciocínios para mudança do falso paradoxo de conservação por desenvolvimento, demonstra princípios e práticas para o desenvolvimento de capacidades locais e disseminação e compartilhamento de conhecimento.
Economia dos produtos da floresta em pé pode ser maior que as atividades tradicionais
“Existem muitos desafios, entre eles, a logística, o acesso ao mercado, o treinamento”, disse. “Para cada um dos itens citados existem tecnologias da 4ª revolução industrial que podem trazer mudanças significativas para a Amazônia através de laboratórios criativos, a fusão interativa de conhecimento. A constatação é de que a economia dos produtos da floresta em pé pode ser maior que as atividades tradicionais, que provocam desmatamento. Por exemplo, o açaí na Amazônia em pé dá mais lucro que soja e boi”, disse.
Nobre explicou: “Estamos vivendo na prática estes três eixos que direcionam a indústria 4.0. Tecnologias como os drones poderão ajudar a superar o gargalo da logística, que na região é muito difícil. No entanto, para dar certo, é importante a liderança de pessoas capacitadas e conhecedoras da região. Quanto mais conhecimento o líder tiver, mais capacidade terá para acessar os recursos para a implementação de novos negócios para a Amazônia”, garantiu.
Fundada em novembro de 2019 pela pesquisadora e executiva brasileira Márcia Fournier, que vive há 20 anos nos Estados Unidos, a Dimensions Sciences criou um programa para auxiliar nos avanços, além de promover oportunidades a novos pesquisadores. “É importante a diversidade em inovação. São necessárias ideias e experiências, assim como mais fomento, inclusão e diversidade na ciência. Por isso oferecemos aos cientistas brasileiros as ferramentas necessárias para o aumento da produção acadêmica, investimento na pesquisa e inovação. Temos projetos em vários lugares do mundo, mas os principais são brasileiros”.
A bioeconomia e a biodiversidade estão gerando oportunidades
A organização sem fins lucrativos surgiu com a missão de promover a inclusão de jovens brasileiros nas áreas de ciência e tecnologia em unidades no exterior. De acordo com Marcia Fournier, a Dimensions Sciences conta com programas de bolsa de estudo para estudantes, jovens pesquisadores, e também programas de mentorias, para que eles possam avançar na área de pesquisa e tecnologia.
“Damos suporte a este recurso humano e nós entramos para complementar o que existe, justamente pela necessidade de promover este intercâmbio, pois, este conhecimento precisa chegar a todas as regiões do Brasil. Apoiamos a diversidade porque negócios na Amazônia têm um apelo mundial e por isso são inúmeras as oportunidades de desenvolvimento. Existem ecossistemas no Brasil trabalhando com esta perspectiva, principalmente na atração de investimentos”, disse.
Márcia também disse que “a parceria com o setor privado é forte e todos ganham, principalmente ao investir em pessoal qualificado. Sem dúvida, a indústria já está ganhando, pois, a bioeconomia e biodiversidade estão gerando oportunidades. A conservação da Amazônia não é contrária ao desenvolvimento. Existem vários modelos de negócios possíveis e ilimitados.”
Sobre o Amazônia+21
O Fórum Amazônia + 21 é uma iniciativa para mapear perspectivas e buscar soluções para temas relacionados ao desenvolvimento da região e melhoria da qualidade de vida dos mais de 20 milhões de cidadãos que vivem na Amazônia Legal. O programa é uma realização da FIERO, Prefeitura de Porto Velho, através da ADPVH, com correalização da CNI e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Todas as palestras ficam gravadas no canal do Youtube da CNI, e a cobertura completa de todos os debates pode ser acompanhada na página do Amazônia+21.