novembro 03, 2020
Os caminhos para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia unindo esforços do poder público, iniciativa privada, especialistas, pesquisadores, investidores e comunidades da região amazônica foram discutidos nesta terça-feira, 3, durante webinar promovido pela Bússola, ligada ao Grupo Exame. O evento teve a participação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) e coordenador do Fórum Mundial Amazônia+21, Marcelo Thomé.
Sobre os desafios do Amazônia+21, Marcelo Thomé assegurou que o primeiro deles é reposicionar a comunicação. Citou a pesquisa recentemente feita pela CNI que indica que 60% dos brasileiros se dizem impactados pelas queimadas e que estão distantes e não conhecem a realidade da Amazônia. “Portanto, é necessário comunicar de forma mais efetiva, mostrando as melhores práticas promovidas na região nas diversas escalas”, acrescentou.
As discussões contaram com a presença de especialistas em sustentabilidade e lideranças do mercado comprometidas com a proteção ambiental, como a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, a presidente do Fundo JBS pela Amazônia, Joanita Maestri Karoleski, e a diretora de Sustentabilidade e Compliance do GPA, empresa de varejo alimentar, Suzy Yoshimura. A mediação foi realizada pelo jornalista do Bússola, Rafael Lisboa.
O presidente da FIERO apresentou um panorama do que se espera dos debates que ocorrerão nestes próximos três dias, durante o Fórum Mundial, Amazônia+21. “Precisamos avançar na agenda do desenvolvimento sustentável, com o fortalecimento das atividades econômicas que vai garantir a preservação do bioma amazônico”, disse.
Ao ser indagado sobre como os povos da Amazônia podem ter voz neste debate, o presidente da FIERO ressaltou que este processo já vem sendo promovido. “Nos debates prévios ao Fórum, pudemos ouvir prefeitos da região, o cacique Almir Suruí, e integrantes de ONGs que atuam nesse compromisso com o desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Marina Grossi do CEBDS contou que o conselho atua há 23 anos e reúne os 60 maiores grupos empresariais que se preocupam com a defesa da floresta. “Esses grupos pensam na economia de baixo carbono, em ser mais inclusivos junto às comunidades. E isso é uma questão econômica que traz benefícios para o país. Isso não é uma questão de governo, mas de Estado”, ponderou.
A preocupação em ir além da cadeia de produção da empresa foi o ponto abordado por Joanita Karoleski, da JBS, que possui plantas em todo o Norte do país. “É preciso fomentar o desenvolvimento sustentável promovendo a conservação da floresta”, disse. A JBS desenvolve o programa Fazer o Bem faz Bem, que além de olhar e investir no bioma amazônico, promoveu melhorias para as comunidades amazônicas, como construção de hospitais, uma inclusive em Rondônia”, afirmou.
Já Suky Yoshimura, da GPA, destacou que a empresa já apresenta avanços na política de sustentabilidade. Ela deu o exemplo dos fornecedores de carne. “Em 2016, foi lançada uma política de homologação dos nossos fornecedores frigoríficos, com sistema de rastreabilidade e monitoramento das fazendas. E esse processo vem sendo contínuo, apresentando práticas de competitividade sadia, ou seja, prática da excelência da produção sem perder a competitividade dos produtos”, frisou.
Por fim, o presidente da FIERO e coordenador do Amazônia+21 reforçou o convite para participação do Fórum que se inicia nesta quarta-feira, 4, de forma virtual. A inscrição é gratuita através do portal amazonia+21.org. O evento terá palestras com tradução simultânea em inglês e espanhol.
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